Imagine você descobrindo uma dívida de R$ 80 mil, aos 24 anos de idade. Para a planejadora financeira e colunista do UOL Júlia Mendonça, o verbo "descobrir" é apropriado. Ela só soube que estava endividada quase que por acaso.
"Depois de uns oito meses que tinha comprado um apartamento na planta, recebi uma ligação de que iam tomá-lo por falta de pagamento. Foi exatamente nesse momento que eu parei e comecei a fazer as contas", afirma Júlia.
A dívida total não veio apenas do financiamento imobiliário. Ao contrário, foi uma soma de dívidas bem conhecidas dos brasileiros: só de cheque especial eram quase R$ 30 mil, outros R$ 12 mil de cartão de crédito, além das mensalidades atrasadas na faculdade. Tudo isso foi se acumulando sem que Júlia se desse conta.
Assim como boa parte dos brasileiros, ela não tinha qualquer controle sobre o que recebia e o que gastava. "Era muita comida, muita festa, muita viagem. Na época eu comecei a estagiar e a ganhar dinheiro. Estava ganhando bem para quem morava com os pais, e todo final de semana era uma festa", diz.
O namorado também ajudou a criar a dívida, afirma. "O meu namorado ganhava de R$ 6.000 a R$ 7.000 por mês, mas a gente gastava mais do que o dobro disso. E ainda compramos um carro, fomos para o Caribe, e compramos um apartamento na planta para afundar de vez. A gente não tinha freio", diz.
A ação depois do choque
Depois de somar as dívidas e descobrir o enrosco em que se meteu, Júlia partiu para a ação. Reviu seu custo de vida, e suas prioridades, cortou gastos, fez renda extra, negociou dívidas.
"O que mais consegui entender de verdade é que é muito fácil você gastar mais, mas também é muito fácil economizar, basta estar focado. Se você está focado em economizar, você vai conseguir, nem que seja R$ 30 por mês. É muito ruim estar endividada. É gostoso você comprar, mas quando você passa o cartão de crédito já deixa de ser prazeroso e passa a ser um transtorno", afirma.
Ao longo do caminho para sair do vermelho, ela conta que descobriu o que realmente é importante para ela, e isso ajudou a deixá-la ainda mais focada.
"A gente é levado por objetivos e isso foi o que mais mudou na minha vida. Meu objetivo era parar de pagar juros, e não estar mais endividada. Depois, era ter liberdade financeira para escolher onde vou e o que vou fazer. O dinheiro te traz e te tira liberdade", diz.
Depois de dois anos, ela quitou todas as dívidas. Foi aí que começou a sobrar dinheiro.
Começou a investir com R$ 300
A trajetória para sair das dívidas a fez descobrir o mundo dos investimentos. Aqui, também por acaso e com um pouco de sorte.
"Em 2015, a gente começou a ter um pouco mais de sobra e começamos a guardar dinheiro no Tesouro Selic —recomendação do meu sogro", diz. Júlia alerta, porém, que o sogro não é do mercado, e que a indicação foi pura sorte. Na época, a taxa básica de juros, em que o Tesouro Selic se baseia, estava em 14,25% ao ano.
Júlia começou a se interessar cada vez mais pelo assunto e a participar de fóruns de investimentos. Com R$ 300 por mês, ela já começava a diversificar.
"Depois de montar a reserva, a gente foi para o Tesouro IPCA, e comecei a ganhar muita confiança para investir em ações. Hoje, eu não recomendo a pessoa ir direto para as ações, porque é pular alguns degraus. É preciso estudar, e eu estudei", afirma.
De tanto estudar, Júlia tem uma carteira agressiva, com 70% em investimentos de renda variável, e um patrimônio que já passou dos R$ 2 milhões.
Maior medo é não poder investir
Dez anos depois de descobrir a dívida, Júlia Mendonça é especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal, coach e consultora de finanças, pós-graduada em investimentos, finanças e banking.
Hoje, ela impacta mais de 2 milhões de pessoas com seu canal de Youtube e Instagram. É colunista do UOL e da rádio CBN Campinas, e autora do livro "Bora Enriquecer".
Para contar mais sobre sua experiência com investimentos, Júlia estará no Guia do Investidor UOL, série de eventos para quem quer aprender a investir. Ao lado de Bea Aguillar, Júlia Mendonça falará sobre como perder o medo de investir.
"Hoje está muito democrático investir. Meu maior medo é não conseguir investir", afirma.
O evento do Guia do Investidor UOL com a Júlia acontecerá no dia 6 de julho, às 11h, nas páginas do UOL, UOL Economia e UOL Economia+.
Guia do Investidor UOL é trilha para quem quer começar a investir
O Guia do Investidor UOL é uma série de eventos quinzenais e gratuitos do UOL Economia+ que funciona como uma trilha de conhecimento, que passará por temas como comportamento, investimentos básicos para iniciantes a investimentos mais arrojados, como ações, fundos multimercado e até criptomoedas.
Para ajudar os leitores nessa trilha, investidores profissionais, analistas, e grandes especialistas do mercado darão aulas quinzenais para ensinar o passo a passo dos investimentos.
Você pode conferir a programação do Guia do Investidor UOL aqui.
Você conhece o UOL Economia+?
O UOL Economia+ é uma plataforma de conteúdo para quem quer aprender a investir, ou a investir melhor.
No UOL Economia+ você tem acesso a carteiras recomendadas, e-books, grupos de WhatsApp e Telegram, lives exclusivas com especialistas em investimentos e finanças, análises da Bolsa e acesso a todo conteúdo de investimentos do UOL. Clique aqui e assine agora o UOL Economia+, e tenha 7 dias grátis para acessar o melhor conteúdo do UOL.
Este material é exclusivamente informativo, e não recomendação de investimento. Aplicações de risco estão sujeitas a perdas. Rentabilidade do passado não garante rentabilidade futura.
Ela pagou uma dívida de R$ 80 mil em 2 anos, e hoje é milionária - UOL
Read More
No comments:
Post a Comment