O Ministério da Economia fechou o modelo de privatização dos Correios, que deve ser totalmente vendido pra o capital privado, segundo reportagem do jornal O Globo.
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimetno e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, disse ao veículo que o que se pretende fazer é vender o controle total da companhia no formato de leilão tradicional.
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O assunto foi incluído na pauta de votação desta semana na Câmara dos Deputados por Arthur Lira (PP-AL), presidente da casa.
O modelo é diferente do adotado para a Eletrobras, onde o governo vende sua parte por meio do mercado financeiro.
Ontem, o procurador-geral da República, Augusto Aras, voltou a se manifestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a possibilidade de privatização do serviço postal dos Correios. Para ele, é inconstitucional o decreto que inclui os Correios no Programa Nacional de Desestatização.
Como mexe com o mercado?
Segundo Henrique Esteter, analista da Guide, a forma como a venda foi desenhada é interessante porque promove a desestatização de uma vez só. Por outro lado, por ter ativos pouco atrativos, isso pode dificultar a venda.
"A forma como eles desenharam essa venda integral é interessante no sentido de que a gente deve ver uma desestatização de uma vez da companhia, diferente do que acontece com a Eletrobras. Mas, ao mesmo tempo, dificulta um pouco, até por ter muitos ativos ali não muito interessantes, na aceitação dos investidores", afirma o analista.
Para o analista, é preciso aguardar mais detalhes de como o projeto de venda foi desenhado para saber quem podem ser potenciais compradores.
"Acho até que o governo já tenha feito um tipo de estudo pra saber como está a demanda na venda como eles estão projetando. Mas falta ter um pouco de clareza quanto a esse assunto. Quando estiver mais claro para analisarmos o formato como um todo, poderemos analisar quem possam ser os nomes a se beneficiar, se alguma empresa listada na bolsa possa ser um dos candidatos ou não", diz.
Para Júlia Monteiro, analista da MyCap, o fato de o governo estar gastando mais (especialmente agora, com a prorrogação do auxílio emergencial), pode ser um "incentivo" para que a privatização dos Correios seja mais rápida. Mas ela destaca que ainda há "um longo caminho pela frente".
"O processo de desestatização é longo e penoso, ele tramita no Congresso, às vezes tem questão de sindicato de trabalhadores. As empresas hoje precisam de uma empresa como Correio? Sim. Mas com as condições que estão sendo implementadas? Não sei. Então, vai ter recesso parlamentar, não será concluído antes e o Correio pode ser mais ou menos interessante dependendo do que botarem como condições"
Correios — Foto: Agência Brasil
Governo vai vender 100% dos Correios, diz jornal - Valor Investe
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