O avanço dos preços do petróleo pode causar um impacto mais amplo em várias classes de ativos caso investidores, preocupados com a inflação, acreditem que a oferta ficará ainda mais apertada depois do fracasso da Opep+ em chegar a um acordo para aumentar a produção.
Com o surpreendente colapso das negociações, condições mais apertadas da oferta de petróleo e pressão de alta sobre os preços – pelo menos no curto prazo – aumentam o temor inflacionário que desafia bancos centrais e traz turbulência aos ativos de risco.
Os futuros do petróleo tipo Brent ultrapassaram US$ 77 pela primeira vez desde 2018 nesta semana, o que elevou as ações globais de energia.
“O rali do petróleo encapsula nitidamente a narrativa mais ampla de reflação”, disse Ilya Spivak, responsável por Grande Ásia no DailyFX. A valorização mais forte das cotações poderia aumentar o senso de urgência do Federal Reserve para apertar a política monetária, levando a uma ampla reversão do apetite por risco que puxaria para baixo ações, petróleo e outros ativos sensíveis à percepção do mercado, disse.
Depois de vários dias de conversas tensas, a Opep e aliados abandonaram a reunião de segunda-feira. Um desacordo sobre como medir os cortes de produção encerrou um pacto provisório para aumentar a produção e rapidamente se transformou em uma disputa pessoal e pública atípica entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Ainda assim, a reação relativamente modesta em outros mercados até agora sugere que investidores também estão cautelosos sobre as implicações de longo prazo da crise na Opep+.
Se os Emirados Árabes Unidos deixarem o cartel, existe risco de os produtores aumentarem a oferta, o que pode acabar por derrubar as cotações do petróleo.
Petróleo e temor inflacionário podem abalar outros mercados - Money Times
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