A Vale (VALE3) divulgou nesta quarta-feira (28) seus resultados referentes ao exercício no segundo trimestre de 2021. A mineradora registrou um lucro líquido de US$ 7,586 bilhões, com alta de 37% ante os US$ 5,546 bilhões anotados no primeiro trimestre, e avanço de 662%, em relação aos US$ 995 milhões reportados no segundo trimestre de 2020.
No documento em que relaciona os números do balanço, a companhia destaca, como fator principal para o resultado robusto, a alta de 12% da produção e avanço do preço do minério de ferro, além da demanda maior na China. O preço do minério ficou em US$ 200 a tonelada de abril a junho, bem acima do mesmo período do ano passado (US$ 95,9).
Principal negócio da Vale, a produção de minério de ferro atingiu 75,685 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2021, alta de 12% sobre o mesmo período do ano passado, como já indicava o relatório de produção da companhia divulgado ao mercado na segunda-feira passada (19).
Resultado em linha com o projetado pelo mercado
O resultado da produção veio em linha com o esperado pelo mercado e reforçou o cenário de cumprimento da meta da companhia, de produzir de 315 a 355 milhões de toneladas de minério em 2021.
A projeção do Itaú BBA era de um lucro de US$ 6,197 bilhões. Já BTG Pactual (BPAC11) esperava que o lucro da Vale no período somasse US$ 9,823 bilhões
Já a receita de vendas líquida da Vale ao final de junho foi de US$ 16,675 bilhões, contra US$ 12,645 bilhões registrados no primeiro trimestre, e US$ 7,518 bilhões um ano antes (alta de 122%).
Já a receita operacional líquida de vendas da mineradora foi de US$ 16,675 bilhões no segundo trimestre deste ano,
Eduardo Bartolomeo, presidente da mineradora, afirmou no balanço que a Vale está com a “confiança elevada” e continua no caminho certo em sua estratégia de redução de riscos, simplificação dos negócios e atingimento de nossas ambições.
“Enquanto continuamos com a retomada da nossa capacidade de produção de minério de ferro, também eliminamos seis barragens a montante e avançamos consistentemente em nossa agenda ESG. Acreditamos em produção segura e excelência operacional e, por isso, temos mantido a guarda alta na prevenção da covid-19 em todos os países que operamos”, disse ele.
Vale: dívida líquida
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, foi de US$ 11,038 bilhões no período, ante US$ 3,371 bilhões do mesmo trimestre de 2020.
A geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado cresceu 227% em um ano. Quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, o indicador mostrou alta de 32%.
Ao mesmo tempo, a dívida líquida líquida da mineradora alcançou US$ 738 milhões, com dívida líquida expandida de US$ 11,448 bilhões. Ao final de março, a dívida líquida da companhia somava US$ 2,136 bilhões.
A queda da dívida líquida expandida foi atribuída “ao impacto da apreciação de 12% do real sobre os compromissos denominados em reais”, e “à provisão adicional registrada para as obrigações da Samarco e da Fundação Renova, seguindo a atualização das premissas usadas para estimar os custos relacionados aos programas de reparação e compensação.”
O prazo médio da dívida estava em 8,9 anos ao final de junho e o custo médio da dívida depois de swaps de moeda e taxa de juros, em 4,59% por ano.
Nas demonstrações financeiras divulgadas, a Vale destacou que o resultado, na comparação com o primeiro trimestre, refletiu o maior Ebitda proforma e o maior resultado financeiro, principalmente devido ao impacto do real mais forte nos hedges cambiais e de juros e o efeito da marcação a mercado das debêntures participativas no 1º trimestre.
Vale menciona indenização às vítimas de Brumadinho
A mineradora destacou ainda que, durante o segundo trimestre, desembolsou US$ 303 milhões relativos aos custos de indenização às vítimas de Brumadinho. Esse montante inclui o acordo de reparação integral, de US$ 215 milhões, programa de descaracterização, de US$ 79 milhões e outras provisões de reparação que somaram US$ 9 milhões e despesas incorridas de US$ 185 milhões.
“O valor total das provisões aumentou para US$ 6,6 bilhões, devido principalmente ao impacto da apreciação do real, que foi parcialmente compensada pelos pagamentos realizados no trimestre
no total de US$ 303 milhões.”
Produção de minério de ferro tem alta de 12%
A produção de minério de ferro da Vale no segundo trimestre, que somou 75,685 milhões de toneladas, foi atribuída aos maiores volumes de Brucutu, além do aumento da produção de sinter feed com alta sílica por processamento a seco, em meio a um momento favorável do mercado.
As vendas de minério de ferro no segundo trimestre variaram positivamente 23,1% ante o segundo trimestre de 2020, alcançando 67,218 milhões de toneladas.
Em relação à capacidade de produção, a companhia informou que alcançou 330 milhões de toneladas por ano, em razão principalmente da Serra Leste ter alcançado capacidade total.
Diz ainda a Vale: “O preço médio de referência do minério de ferro foi de US$ 200,0/dmt no 2T21, 20% superior ao 1T21. Os preços do minério de ferro tiveram uma segunda rodada de aumentos no final do 1T21 e a manutenção da oferta restrita de minério de ferro, junto com uma atividade econômica muito forte da China e a recuperação da demanda no país asiático, mantiveram o mercado subofertado, elevando os preços acima dos US$ 200/t.”
E acrescenta: “No 2S21, do lado da oferta, os volumes devem aumentar em relação ao 1S21, enquanto a demanda de minério de ferro pode ser impactada por cortes de produção devido a restrições ambientais na China.”
Última cotação da Vale
A ação da Vale (VALE3) encerrou o pregão de hoje em alta de 2,80%, valendo R$ 117,30, antes da divulgação dos resultados. No ano, o papél da mineradora já acumula uma alta de 34,13%, frente ao fechamento a R$ 87,45 ao final de dezembro do ano passado.
(Com informações da Agência Estado)
Vale (VALE3): Lucro líquido no 2T21 soma US$ 7,586 bi com alta no minério de ferro - Suno Notícias
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