O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que nunca os “fundamentos fiscais estiveram tão tranquilos” e que “quem está dizendo que o Brasil vai parar de crescer no ano que vem não entendeu nada”. Para Guedes, o país vai crescer e enfrentará o problema do choque hídrico. “Isso vai causar perturbação, empurra a inflação um pouco para cima, BC tem que correr um pouco mais atrás da inflação”, afirmou.
O ministro disse ainda que se no ano passado, em meio à pandemia, o país se organizou e atravessou a crise, não há motivo para ter medo agora. “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, questionou.
Ele voltou a dizer que há um problema porque as eleições foram antecipadas, o que tem impactado nas expectativas para a economia, mas “vamos chegar lá”. “Vamos ter as eleições, vai acontecer tudo que tem que acontecer.” Falou ainda que o presidente Jair Bolsonaro “é bem intencionado” e que o governo “precisa ser respeitado”.
No lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Guedes criticou ainda a imprensa e disse que “todo dia você olha para o jornal e está dizendo que vai pegar fogo o Brasil, que agora vai explodir tudo”.
Guedes disse ainda que a arrecadação, o consumo de energia elétrica e o consumo de combustível estão “bombando” e a economia está “vindo com força”.
“Há nuvens no horizonte? Há. Temos crise hídrica forte pela frente”, disse. “Mas a economia brasileira está furando as ondas”, disse. Segundo ele, a economia está “bombando” e “continua a narrativa de que o governo não está fazendo nada”.
Para Guedes, o país vai continuar crescendo justamente porque o “Congresso está operante”. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acrescentou, é uma “liderança imprescindível”. O ministro voltou a dizer que a vacinação está avançando e que “já já” o Brasil vai passar os Estados Unidos em percentuais de imunização.
Em relação à frente parlamentar, disse que é uma “peça decisiva que estava faltando na engrenagem política”. “Estamos formalizando um eixo de ação política que nos garanta apoio nas horas decisivas.”
Ele repetiu a defesa da reforma do Imposto de Renda e disse que “antes que façam besteira” é melhor ter um imposto simples sobre dividendos, de 20% para todo mundo. “Isentamos o Simples e o lucro presumido até R$ 4,8 milhões, simplificamos tudo; se não quiser, não façam”, disse, acrescentando que é um democrata.
O ministro voltou a falar sobre a proposta de criação de um fundo social com recursos de privatização e que o país tem uma agenda social importante pela frente. O mesmo disse a respeito da agenda de crescimento verde. “Vamos levar esse plano para a COP26, vamos tentar mudar a percepção que eles têm lá fora da economia brasileira.”
Sobre os precatórios, Guedes afirmou que foi “excelente” a iniciativa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, intermediar conversas sobre a proposta de emenda constitucional (PEC) das dívidas judiciais.
Ontem, o chefe da Corte se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para falar sobre uma solução para o pagamento de precatórios.
“Conversei com o ministro Fux assim que o meteoro atingiu a terra. Ele foi a primeira pessoa com quem conversei. Ele nos orientou”, completou.
Indagado sobre risco às reformas em função da escalada da crise entre os Poderes, o chefe da equipe econômica disse confiar na democracia brasileira e afirmou estar vivendo isso.
“A democracia é barulhenta, mas é melhor que o silêncio da ditadura. A democracia faz barulho, é normal, não tem problema. Quando alguém comete um excesso, seja um ministro do STF, seja um ministro, seja um presidente, seja um senador, qualquer um, as instituições vão, demarcam seu território, corrigem os excessos. Se tivéssemos todos alinhados na agenda de reformas, o Brasil estaria avançando mais rápido. Mas é natural, tem eleição no ano que vem e tem gente antecipando as eleições e começa o empurra-empurra de novo. Mas isso não vai impedir o Brasil de avançar com as reformas.”
Paulo Guedes — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
‘Qual o problema de a energia ficar um pouco mais cara?’, questiona Guedes - Valor Econômico
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