O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (30) que as criptomoedas serão reguladas primeiro como investimento e depois como meio de pagamento.
"Estamos discutindo agora alguns projetos sobre regulamentação. Entendemos que esse mundo de criptomoedas cresceu muito no Brasil como veículo de investimento inclusive impactando até os números de importação", ressaltou durante a apresentação do relatório de inflação.
Campos Neto disse que há maior demanda por criptoativos para investimentos que para meio de pagamentos.
"Lembrando que moeda tem função de meio de pagamento, mas quando a gente olha a criptomoeda como meio de pagamento, tem crescido pouco", destacou.
"A consequência disso para o Banco Central é que primeiro vamos regular como investimento e depois, em outro um passo, vamos imaginar como fazer regulação como meio de pagamento. O que tem hoje na mesa é regular enquanto investimento", adiantou o presidente do BC.
O diretor de política econômica, Fabio Kanczuk, afirmou que as operações com criptomoedas tem impactado as estatísticas de importação no país. Até agosto, segundo ele, essas transações somaram US$ 4 bilhões.
No relatório, o BC revisou as projeções do setor externo. Para transações correntes, a expectativa para 2021 passou de déficit US$ 3 bilhões para US$ 21 bilhões, o equivalente a 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), em razão do aumento de operações de Repetro —regime tributário que suspende a cobrança de tributos federais na importação de equipamentos para o setor de petróleo e gás— e de criptomoedas.
"São itens que não são computados em estatística alfandegária, mas que entram no balanço de pagamentos [do BC], como operações de Repetro e a compra de criptoativos", explicou.
Para 2022, a projeção é de déficit de US$ 14 bilhões em transações correntes.
A estimativa para os investimentos diretos no país também foi revisada e passou de US$ 60 bilhões para US$ 55 bilhões em 2021. Para 2022, a projeção é de US$ 60 bilhões.
Criptomoedas serão reguladas primeiro como investimento e depois como meio de pagamento, diz presidente do BC - Folha de S.Paulo
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