O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de mais de 2% nesta sexta-feira e zerou as perdas acumuladas na semana, em meio a ajustes técnicos relevantes e após números sobre a inflação no Brasil e emprego nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com elevação de 2,03%, a 112.833,20 pontos, acumulando na semana uma variação negativa de 0,06%, após registrar perda de mais de 2% até a véspera.
O volume financeiro nesta sexta-feira somou 34,8 bilhões de reais.
O último pregão da semana encontrou respaldo particularmente no alívio das taxas futuras de juros, após o IPCA abaixo do esperado em setembro embora ainda em níveis elevados. A taxa em 12 meses superou 10% pela 1ª vez desde 2016.
De acordo com o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, o dado alimentou percepções no mercado de que o pior do IPCA talvez tenha passado, e que a inflação pode começar a mostrar uma trajetória mais comportada.
Ao mesmo tempo, a pauta externa nesta sexta-feira trouxe um número sobre criação de empregos no mês passado nos EUA também menor do que as previsões dos analistas, apesar de revisão para cima no dado de agosto e queda na taxa de desemprego.
Os dados, segundo o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, sinalizam que o Federal Reserve não deve acelerar o ‘tapering’ (redução de estímulos), o que é bom para o Brasil de modo geral.
Endossando a premissa, o gestor de renda variável da Western Asset Cesar Mikail acrescentou que os números sugerem que a economia norte-americana não está tão pujante e traz dúvidas de quando o Fed começará a reduzir os estímulos.
Ele também chamou a atenção para o começo da temporada de resultados corporativos nos Estados Unidos na próxima semana, que se confirmarem as expectativas positivas será mais um componente positivo para os mercados.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou o dia com variação negativa de 0,19%, mas acumulou na semana elevação de 0,79%.
Na visão do membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Pedro Menezes, a alta na B3 refletiu um movimento mais técnico, com incertezas principalmente locais que vêm pressionando a bolsa nos últimos meses – ainda no radar.
Apesar de acumular uma alta de cerca de 1,7% nesses primeiros pregões de outubro, o Ibovespa vem de três meses seguidos de queda (-3,9% em julho, -2,5% em agosto e -6,6% em setembro).
No ano, agora contabiliza decréscimo de 5,2%.
Destaques
Magazine Luiza (MGLU3) disparou 6,7%, buscando suporte no clima mais comprador na bolsa para recuperar parte das perdas que acumula no ano e ainda somam quase 40%.
No setor, Americanas (AMER3) subiu 5,8% e Via (VIIA3) fechou com acréscimo de 3,47%.
Vale (VALE3) subiu 0,62%, após o minério de ferro de Dalian, na China, atingir máxima de um mês, com participantes do mercado otimistas com as perspectivas de demanda pelo material da maior produtora de aço do mundo.
No setor, Usiminas (USIM5) foi destaque de alta com elevação de 4,95%.
Petrobras (PETR4) valorizou-se 1,82%, acompanhando a alta do petróleo no exterior. A companhia também anunciou que levará o preço médio da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias em 7,2% a partir de sábado, refletindo o avanço do petróleo no exterior e fortalecimento do dólar.
Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançaram 0,74% e 0,68%, respectivamente, com o destaque no setor no Ibovespa ficando para Banco Inter (BIDI11) que subiu 7,41%.
Cielo (CIEL3) saltou 14,29%, com agentes atrelando o desempenho à redução dos prêmios na curva de juros e ‘short squeeze’, após a ação ter renovado mínima histórica intradia na última quarta-feira, a 2,23 reais. Em 2021, a ação ainda acumula um declínio de mais de 30%.
GPA (PCAR3) caiu 1,6%, entre as poucas quedas do Ibovespa na sessão, após a Cnova, empresa na qual detém uma participação de 34%, adiar um plano para levantar capital e afirmar que não poderia mais confirmar guidance por condições desafiadoras de negócios no terceiro trimestre.
Economia dá uma força e Ibovespa dispara mais de 2% - Money Times
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