RIO - A abertura dos Estados Unidos para turistas brasileiros a partir do próximo dia oito de novembro tem levado as empresas aéreas a anteciparem a retomada dos voos para cidades como Nova York, Miami e Orlando. Com a definição das regras de quem pode viajar, feita na última segunda-feira, o aumento da busca por passagens chega a 300%, de acordo com as companhias. E, apesar do dólar nas alturas, os voos previstos para dezembro já estão com ocupação de até 70%.
Nesta terça-feira, os consulados dos EUA no Brasil voltaram a retomar os agendamentos de novos vistos para brasileiros, suspensos desde maio do ano passado por conta da pandemia do coronavírus.
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Com a divulgação das regras feitas pelo governo dos EUA, a American Airlines antecipou a retomada de trechos e aumentou a frequência dos voos entre os dois países. Alexandre Cavalcanti, diretor-comercial para o Brasil e Uruguai da companhia aérea, destaca que o total de trechos vai quase dobrar até dezembro, passando dos atuais 20 voos semanais para 38 até o fim do ano.
Ele cita o caso do trecho São Paulo-Miami, que passará de sete para dez voos por semana já no início de novembro, assim como o voo Rio-Miami, que passará de três por semana para diário a partir do mês que vem. São Paulo- Dallas volta em dezembro.
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Além disso, a empresa passa a voar todos os dias de São Paulo para Nova York e em dezembro volta a operar, de forma temporária o trecho Rio-NY. Segundo o executivo, o anúncio do governo gerou um aumento de demanda. Ele cita a alta de até 300% na procura em lojas, central de atendimento e sites.
-Vamos ter uma grande demanda. Quem está comprando passagem agora é quem já tinha se planejado e agora vai apenas concretizar a viagem. Mas o dólar alto e o aumento dos custos do querosene de aviação criam um desafio maior neste momento de retomada - disse Cavalcanti.
Bilhetes com preço promocional esgotados
Ele explicou que, com a alta na demanda, os bilhetes com os preços promocionais já acabaram, mas o piso dos preços ainda não subiu:
— Vamos analisar os preços depois que a demanda estiver consolidada — afirmou Cavalcanti.
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Mesma análise tem Diogo Elias, diretor de Vendas e Marketing da Latam Airlines Brasil. Para ele, os preços das passagens internacionais ainda estão em um patamar menor em relação ao período pré-pandemia. Ele destacou que somente nos últimos meses a oferta internacional começa a ser reestabelecida.
— Nesse momento de retomada, nem sempre é possível repassar para o preço apesar dos custos maiores. Mas é algo que estamos atentos - disse ele, lembrando que o querosene de aviação (QAV) já teve alta superior a 100% neste ano em relação ao ano passado. — Nossa projeção é que os voos internacionais só se recuperem em 2024 e volte aos níveis pré-pandemia.
Esse processo de recuperação começa com a abertura dos EUA, assim como já ocorreu com diversos países da Europa nos últimos meses. Por isso, a Latam vai aumentar as frequências de São Paulo para Miami e NY. Vão passar de três vezes por semana para seis em novembro. Em dezembro, passam a ser diárias. Em dezembro, a companhia volta a operar a rota São Paulo-Orlando.
— A abertura dos EUA foi uma notícia muito esperada. A procura está boa. Tem muita demanda reprimida tanto de pessoas que querem comprar como as pessoas que já tinham comprado e estão com passagem aberta para a remarcação. Para dezembro, a média de ocupação já está em 70% — informou Elias.
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Ocupação já chega a 70%
Nesse primeiro momento, Elias disse que a retomada dos voos internacionais será concentrada, principalmente, em São Paulo, já que as rotas a partir de outros locais como Brasília, Recife, Salvador e Manaus ainda não têm data para voltarem a operar.
Na Azul, a retomada será concentrada em Campinas, em São Paulo. A empresa vai aumentar de três para cinco as frequências semanais de Campinas para Fort Lauderdale (Flórida) em novembro. Em dezembro, a rota passa a ser diária.
A companhia, diz Vitor Silva, gerente de Planejamento de malha da Azul, vai retomar ainda os voos de Campinas para Orlando, que passam a ser diários. Por outro lado, a empresa ainda não tem data para o reestabelecimento dos voos a partir de outras cidades do Brasil para a Flórida.
— Há uma demanda reprimida. Vamos ter uma procura por conta das férias de fim de ano, mas há um desafio para 2022 e 2023 por conta do dólar alto e do QAV. Estamos tentando segurar ao máximo mesmo com a pressão dos custos — disse Silva.
Segundo ele, o QAV representa cerca de 35% a 40% dos custos das empresas e está no maior patamar em cinco anos.
— Há uma pressão por preços maiores. O dólar maior pode prejudicar a demanda.
Claudia Wischansky, franqueada da Flytour em Juiz de Fora, já sente um aumento na demanda por passagens áreas, após as definições das regras de quem pode viajar para os EUA.
— Mas a procura ainda está tímida por conta dos processos de visto nos Consulados, que voltaram a fazer os agendamentos.
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Na Delta, a partir de meados de dezembro, os voos entre os aeroportos de São Paulo e Nova York estão programados para serem retomados, inicialmente com três frequências semanais. No fim de fevereiro, o total passa para quatro voos por semana, subindo para cinco por semana em março.
Em nota, a Delta informou que vai retomar o serviço entre Rio de Janeiro e Atlanta em fevereiro do próximo ano. A Gol também volta a operar para os EUA apenas no primeiro trimestre de 2022.
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