Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O fechou em queda nesta quinta-feira, após sessão volátil, marcada por resultados corporativos, com destaque para Ambev, e repercussão da decisão do Banco Central de aumentar o ritmo de alta da taxa básica de juros do país.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,62%, a 105.704,96 pontos, tendo atingido 105.282,37 pontos no pior momento e 107.209,64 pontos na máxima do dia (+0,80%). O volume financeiro somou 29,3 milhões de reais.
Com tal desempenho, o Ibovespa renovou mínima em cerca de 11 meses e caminha para fechar a semana com performance negativa e engatar a quarta perda mensal seguida. Até o momento, a perda semanal é de 0,43% e o declínio em outubro alcança 4,63%. Em 2021, a queda chega a 11%.
Diante da deterioração do cenário fiscal, o BC elevou a em 1,5 ponto percentual na quarta-feira, a 7,75% ao ano, buscando debelar as crescentes pressões inflacionárias, e indicou que deve repetir a dose em dezembro.
Desde a semana passada, vários bancos vinham revisando suas projeções para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), com muitos já esperando o aumento de 1,5 ponto.
De acordo com o analista da corretora Clear Rafael Ribeiro, a alta de 1,5 ponto e o compromisso de mais um aumento não foi suficiente para o mercado, uma vez que mostrou um BC reativo ao cenário econômico e não proativo para antecipar os problemas.
"Essa percepção fez a curva de juros inclinar mais um pouco, com os investidores acreditando que, levando em conta o ritmo atual da inflação e a passividade do Copom, o Comitê terá que apertar o passo ainda mais em 2022 e 2023", avaliou.
E a bolsa costuma responder negativamente à perspectiva de juros mais altos no horizonte, entre outras razões, pelo efeito no custo de capital das empresas e potencial migração de recursos da renda variável para a renda fixa.
"Se o Copom não mostrar um compromisso maior em frear a inflação, o mercado seguirá colocando risco na curva e isso irá gerar um novo momentum de baixa para o Ibovespa, que seria a favor da tendência de curtíssimo prazo", acrescentou Ribeiro.
O penúltimo pregão da semana ainda teve de pano de fundo novo adiamento da votação da PEC dos Precatórios e uma alta acima do esperado para o de outubro.
No exterior, Wall Street fechou no azul.
DESTAQUES
- AMBEV ON (SA:) saltou 9,72% após a fabricante de bebidas divulgar forte entre julho e setembro, quando atingiu os maiores volumes consolidados já registrados em um terceiro trimestre. Na máxima, a ação disparou quase 11%.
- BRF ON (SA:) avançou 6,56% em meio a especulações sobre potencial operação de fusão/aquisição envolvendo a Marfrig (SA:). O Bradesco BBI elevou a recomendação da ação para "outperform", destacando entre outros fatores documento sobre a venda para a Marfrig de 3,8% do capital da empresa por um único acionista da BRF.
- MULTIPLAN ON (SA:) valorizou-se 1,77% tendo de pano de fundo de 99,4 milhões de reais no terceiro trimestre, com crescimento em vendas mesmas lojas na base ano a ano e trimestral e melhora na taxa de ocupação em seus shopings frente ao trimestre anterior. A companhia espera vendas recordes em outubro.
- VALE ON (SA:) perdeu 1,01% antes da divulgação do do terceiro trimestre, em dia de queda dos futuros de na China. A mineradora anunciou retomada das atividades na mina de Onça Puma, bem como notificação da SEC sobre procedimentos contra a empresa envolvendo gestão no desastre de Brumadinho.
- PETROBRAS PN (SA:) avançou 0,94% tendo no radar do terceiro trimestre da companhia, após o fechamento do mercado, em sessão sem tendência clara dos preços do no exterior. No setor, PETRORIO ON (SA:) fechou em baixa de 7,26%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:) cedeu 0,21% e BRADESCO PN (SA:) perdeu 0,34%.
Ibovespa recua após BC aumentar ritmo de alta da Selic; Ambev dispara Por Reuters - Investing.com Brasil
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