Notas de dólar — Foto: REUTERS/Dado Ruvic
O dólar opera sem direção definida nesta quarta-feira (3), na volta do feriado, após a ata da última reunião de política monetária do Banco Central mostrar que a autarquia considerou elevar a taxa Selic a ritmo mais agressivo, enquanto os participantes do mercado aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).
As atenções seguem voltadas também para as discussões em torno da aprovação da PEC dos Precatórios e do financiamento do Auxílio Brasil, novo programa que vai substituir o Bolsa Família.
Às 11h51, a moeda norte-americana recuava 0,33%, cotada a R$ 5,6511. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 0,40%, a R$ 5,67. Com o resultado, passou a acumular avanço de 9,31% no acumulado do ano.
Armando Castelar: Brasil não precisa romper teto de gastos para viabilizar Auxílio Brasil
Na cena externa, o Fed (Federal Reserve) divulga nesta tarde a decisão sobre juros nos Estados Unidos, atualmente entre 0 e 0,25% ao ano. A expectativa é de que o banco central dos EUA anuncie o início da redução de seus US$ 120 bilhões em compras mensais de títulos.
Os preços do petróleo operavam em queda de mais de 2% com sinais de maior oferta nos EUA.
No cenário doméstico, as atenções seguem voltadas para as preocupações com a inflação e com a trajetória das contas públicas, após o governo ter proposto uma flexibilização do teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família.
No domingo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou falar sobre um plano B para financiar o novo programa social, e disse que a aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso é o "plano A" do governo.
Os articuladores do governo insistem na votação da PEC dos Precatórios nesta quarta-feira, marcada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que vem pressionando os deputados, exigindo presença no Congresso depois do feriado. A medida é crucial para o governo federal conseguir abrir espaço no Orçamento e, assim, materializar o programa Auxílio Brasil e outras promessas como o auxílio a caminhoneiros.
PEC dos precatórios deve ser colocada em votação nesta quarta
As incertezas fiscais e econômicas têm feito piorar as projeções do mercado para a inflação, taxa de juros e PIB (Produto Interno Bruto).
O mercado financeiro elevou a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 de 8,96% para 9,17%, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2022, a previsão subiu de 4,40% para 4,55%. Para a Selic, a projeção foi elevada de 8,75% para 9,25% no fim de 2021. E, para o fim de 2022, passou de 9,5% para 10,25% ao ano.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quarta, mostrou que o Banco Central considerou cenários com "ritmos de ajuste maiores na taxa básica de juros" do que o anunciado na última semana — quando a taxa básica de juros subiu para 7,75% ao ano.
Para a alta do PIB deste ano, a expectativa foi revisada de 4,97% para 4,94%. Para 2022, o mercado baixou a previsão de crescimento da economia de 1,40% para 1,20%. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,45 para R$ 5,50. Para o fim de 2022, avançou também de R$ 5,45 para R$ 5,50 por dólar.
Por que o dólar sobe? Assista no vídeo abaixo:
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Dólar opera em alta após ata do Copom e à espera de decisão do Fed - G1
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