Mesmo com a alta mais incisiva da taxa de juros, a previsão do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, alcançou 9,17% para este ano e 4,55% em 2022.
Há um mês, as estimativas eram de 8,51% e 4,14%, respectivamente. Foi a trigésima alta consecutiva para a estimativa de 2021, mas a primeira vez que o patamar é superior aos 9%.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (1º). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
De acordo com a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o IPCA não deveria ultrapassar os 5,25% este ano. O centro da meta é de 3,75%, no entanto, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo permite que o índice varie de 2,25% a 5,25%.
Com o ritmo da pressão inflacionária e o aumento de riscos ficais, o mercado também eleva a expectativa para a taxa básica de juros. A Selic é o principal ferramenta da autoridade monetária de controle inflacionário. Os analistas estimam que a Selic deve terminar 2021 em 9,25% ao ano.
É esperado ainda que a taxa alcance 10,25% a.a em 2022. É a primeira vez que a previsão para a taxa básica no ano que vem fica acima de dois dígitos.
Atualmente, a taxa está em 7,75% a.a., após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana.
Enquanto as expectativas para a inflação deste e do próximo ano avançam, as projeções para o crescimento econômico nos dois períodos recuam.
A média das previsões dos agentes financeiros para o Produto Interno Bruto (PIB) 2021 recuou para 4.94%. Para 2022, é esperada alta de 1,20% na atividade econômica.
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Mercado vê Selic em dois dígitos em 2022 pela 1ª vez, e inflação acima de 9% em 2021 - CNN Brasil
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