A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou, nesta quarta-feira (4/11), que postos de gasolina de todo o país poderão oferecer o serviço de entrega de combustível nas cidades em que atuam. A medida, porém, é criticada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF).
Segundo o presidente da entidade, Paulo Tavares, o delivery de gasolina deixará o preço do litro do combustível ainda mais alto. “Não acreditamos que isso vingue, porque a gasolina nesse modelo vai ficar muito cara. Será um produto para a classe A. Se a gasolina está cara, imagina você pagar para entregar na sua casa”, afirma.
Além disso, o sindicato também entende que haverá impactos negativos para os estabelecimentos. “Quando você tem frentista, você atende muitos clientes com um único frentista. Neste caso, o posto vai atender poucos clientes com o motorista, além de ter o custo do caminhão rodando para entregar o produto, que é o custo do diesel. Isso é um produto para classe A, gente mais rica”, diz Paulo Tavares.
Para o representante do Sindicombustíveis-DF, a novidade não deve vingar na capital. “Não é obrigatório, é só para quem quiser. Então, o posto terá de investir, ter o caminhão, investir em tecnologia e arrumar clientes para isso”, comenta.
Entenda
Para oferecerem o serviço, as empresas terão de pedir uma autorização específica para a ANP, que aprovou nesta quinta essa e outras mudanças nas regras de comercialização dos produtos no Brasil.
O delivery de combustíveis foi testado em projetos-piloto e, após estudos e audiências públicas, está sendo ampliado para todo o Brasil. Neste primeiro momento, contudo, o serviço excluirá o óleo diesel e estará restrito a gasolina e etanol.
Preço na bomba e na placa
A diretoria da ANP também decidiu que os preços dos combustíveis terão de ser expressos em duas casas decimais e não com três, como é o costume atualmente (imagem em destaque). Segundo o órgão regulador, a mudança tem o objetivo de facilitar o entendimento dos consumidores. Os postos têm 180 dias para se adaptar a essa nova regra.
A agência também autorizou as empresas TRR (sigla para Transportador-Revendedor-Retalhista), que revendem combustíveis em quantidades grandes a empresas e produtores rurais, a comercializarem gasolina. Até agora, elas tinham autorização apenas para óleo diesel.
Essas mudanças estavam sendo discutidas dentro da agência desde 2018, como resposta às reclamações expostas pela greve dos caminhoneiros naquele ano.
Sindicato diz que delivery deixará gasolina mais cara: “Para classe A” - Metrópoles
Read More
No comments:
Post a Comment