O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a previsão de crescimento da economia do Brasil em 2021. No relatório Panorama Econômico Mundial divulgado nesta terça-feira, a entidade estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 5,3% neste ano, uma alta de 1,6 ponto percentual em relação aos 3,7% previstos em abril.
Para 2022, porém, o FMI cortou sua previsão de crescimento em 0,7 ponto percentual, para 1,9%. Ambas as estimativas estão mais próximas das projeções do mercado financeiro. No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central ontem, a mediana das previsões dos analistas para a expansão do PIB foi de 5,29% para este ano e de 2,1% no próximo.
A explicação dada pela economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, foi de que a economia brasileira está se recuperando mais rápido do que o previsto em 2021, mas esse crescimento acelerado levou à redução de sua previsão para o próximo ano.
“Parte da razão pela qual nós temos uma redução para o próximo ano é porque estamos antecipando essa recuperação para 2021”, disse Gopinath. “Estamos vendo uma recuperação mais rápida do Brasil do que havíamos previsto.”
Na avaliação da economista-chefe do FMI, o Brasil está sendo beneficiado pela alta dos preços das commodities e pela retomada de importantes parceiros comerciais, como Estados Unidos e China.
Gopinath também destacou que o crescimento do PIB no primeiro trimestre foi melhor do que o previsto. Uma tendência similar também está sendo observada em indicadores econômicos de alta frequência, disse a economista-chefe da entidade.
Para a sequência da retomada, Gopinath afirmou que o Brasil terá que lidar com riscos comuns a todos os países, como a sequência da pandemia de covid-19 e a disseminação de variantes, que adicionam incertezas às previsões econômicas.
Ao lado do México, o Brasil é apontado como responsável por compensar parte dos cortes das previsões para os emergentes. Problemas relacionados à pandemia na Ásia, especialmente na Índia, fizeram a entidade reduzir a estimativa de crescimento para o grupo em 0,4 ponto neste ano.
A sequência da recuperação brasileira deve ser afetada por dois problemas detectados pelo FMI entre os emergentes. No relatório, a entidade cita o Brasil ao lado de México, Hungria, Turquia e Rússia, como parte de um grupo de “mercados emergentes que começaram a aumentar as taxas de políticas monetárias para evitar pressões de alta sobre os preços”.
Além disso, o ritmo de retomada dos emergentes deve ser afetado pela retirada ou redução de medidas de apoio implementadas no ano passado para mitigar os efeitos da crise, algo que também ocorreu no Brasil. O auxílio emergencial, por exemplo, foi prorrogado para 2021, mas teve seu valor reduzido pelo governo federal.
O FMI diz que os bancos centrais, no geral, devem “evitar o aperto prematuro das políticas quando confrontados com pressões inflacionárias transitórias”, mas devem “estar preparados para agir rapidamente” se perceberem sinais de que a inflação não está ancorada.
Para os governos, a recomendação é que as políticas nacionais sejam adaptadas às fases da pandemia. Durante uma etapa mais aguda da crise, a prioridade deve ser os gastos com saúde e apoio direcionado para famílias e empresas mais afetadas.
Em seguida, a depender do espaço fiscal, a sugestão da entidade é a adoção de “medidas corretivas” para reverter a perda na educação e apoiar a realocação de trabalho e capital para setores em crescimento.
FMI eleva previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2021 - Valor Econômico
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